Aos 86 anos, Sophia interpreta Madame Rosa, sobrevivente do Holocausto que acolhe crianças filhas de prostitutas e tentar dar a elas alguma perspectiva de vida. Uma delas, o senegalês Momo (Ibrahima Gueye), toma contato com ela quando tenta assaltá-la. A partir daí, o relacionamento se desenvolve de forma comovente. Adaptado do livro "La vie devant soi", de Romain Gary, a obra é conduzida com graça e emoção pelo filho mais novo de Sophia, o diretor Edoardo Ponti. O personagem construído por ele para a mãe tem elos com papeis que a veterana estrela viveu no passado, como a mãe coragem Cesira - personagem do filme "Duas Mulheres", que valeu um Oscar para a atriz, em 1961 - e a voluptuosa prostituta Mara - talvez o ponto alto de sensualidade na carreira da bela -, do filme "Hoje, Ontem e Amanhã" (1963).
Uma das maiores divas do cinema, Sophia Loren chegou a receber o rótulo de ser a mulher com "os mais belos seis do mundo" nos anos 60. "Rosa e Momo" nem tenta romantizar a famosa beleza pelo qual a estrela já foi conhecida. A característica linguagem corporal da italiana está presente, mas importa bem menos que o olhar de puro sentimento transmitido pela atriz ao longo de todo este belo drama.